Anatomia da Coluna – Dor Crônica e Estratégias de Tratamento

Anatomia da Coluna – Dor Crônica e Estratégias de Tratamento

A estrutura da coluna vertebral é composta por 33 vértebras. Dentre essas, existem sete vértebras cervicais, doze torácicas e cinco lombares, que constituem a parte móvel da coluna, enquanto outras cinco coccígeas e cinco sacrais formam a parte estática. Além de sustentar, flexionar e proteger a medula espinhal, a coluna está dividida em quatro curvaturas que contribuem para a estabilidade e equilíbrio do corpo. Essas curvaturas incluem as lordoses nas áreas cervicais e lombares, curvaturas em convexidade, e as cifoses presentes na região torácica e sacrococcígea.

Geralmente, as áreas de transição entre essas curvaturas são mais móveis e suscetíveis a lesões, como a cervicotorácica, toracolombar e lombossacral. Curvas acentuadas proporcionam maior mobilidade, mas também aumentam o risco de lesões. Por outro lado, curvas retificadas tornam-se mais rígidas e propensas a lesões. Tanto a hipomobilidade quanto a hipermobilidade são disfunções que podem levar a lesões.

A região lombar consiste em cinco vértebras, L1-L5, apresentando uma lordose no plano sagital. Estas vértebras possuem características anatômicas distintas, como corpos vertebrais grandes e reniformes, forames vertebrais triangulares, pedículos e lâminas curtas e espessas. As facetas superiores das vértebras são côncavas, enquanto as inferiores são convexas. Essas características tornam a região lombar mais resistente a cargas.

A amplitude de movimento da região lombar varia entre 8 e 20° em flexo-extensão e entre 3° e 6° em flexão lateral, com 1 a 2° de rotação. A compressão resultante da flexão prolongada pode levar a problemas como herniações e prolapsos discais, causando dor.

Durante a extensão da região lombar, o quadril também se estende, alongando os músculos flexores do quadril e os ligamentos capsulares. Em indivíduos com hiperlordose lombar, esse movimento aumenta o contato das facetas articulares, resultando em maior pressão no ligamento interespinhoso e, consequentemente, dor lombar.

A articulação lombossacral é fundamental para os movimentos nessa região, permitindo até 75° de flexão e extensão, com maiores ângulos em L4-L5. Durante a flexão do tronco, a atividade lombar máxima ocorre entre 50 e 60 graus, seguida pela retificação das lombares e rotação pélvica.

A dor lombar crônica é uma condição incapacitante que afeta cerca de 80% da população em algum momento da vida. Geralmente, atinge pessoas em idade produtiva, sendo a principal causa de incapacidade em indivíduos entre 45 e 60 anos. A etiologia multifatorial da dor lombar inclui fatores musculoesqueléticos, emocionais e psíquicos, além de sedentarismo, traumas, doenças degenerativas, entre outros.

Os sintomas comuns da dor lombar crônica incluem dor localizada, fadiga, rigidez muscular, e em alguns casos, desconforto irradiado para membros inferiores. O tratamento eficaz muitas vezes envolve programas de exercícios para melhorar a função e reduzir a dor, como o Pilates, que trabalha a flexibilidade, força muscular e postura, tornando-se uma estratégia bem-sucedida.

Além disso, a mobilização miofascial, focada na fáscia toracolombar, também é essencial no tratamento da dor lombar crônica. Essa técnica estimula o deslizamento, distribuição de força e redução do processo inflamatório, melhorando a conexão entre sistemas e promovendo movimentos mais fluidos e melhor capacidade funcional.

Em suma, compreender a complexidade da dor lombar crônica e adotar abordagens que considerem aspectos biopsicossociais é crucial para o tratamento eficaz, destacando o papel do movimento, Pilates e mobilização miofascial como estratégias promissoras.