faceless-curly-woman-suffers-from-spine-pain-wears-sport-bra-shows-location-inflammation-isolated-white-background

Como a fisioterapia contribui na redução das dores

Não é de hoje que os seres humanos vêm sofrendo e passando por diversas transformações não só na maneira de viver, mas também de executar os afazeres diários. E um problema muito comum, que tenho certeza que você já sentiu pelo menos uma vez na vida são as temidas dores

Por isso te pergunto nesse momento: você já parou para pensar de que forma essa sensação incômoda pode afetar e prejudicar o seu desempenho? Como se sabe, hoje existem inúmeras maneiras de melhorar e colocar um basta nesses desconfortos. 

Na maioria das vezes esse mecanismo acontece devido a alguma falha em nosso organismo e da forma que nos posicionamos em nosso dia a dia, diante de tarefas relacionadas a trabalho ou serviços domésticos. Neste momento aparecem os primeiros alertas de que algo não está funcionando de forma correta.

No passado, as pessoas pouco sofriam com esse tipo de situação e raramente ficavam doentes. Já nos dias de hoje vivemos em um ambiente recheado de problemas, levando os indivíduos a adoecerem com mais facilidade e muitas vezes acabam sendo reféns de si mesmo. 

Um dos problemas mais falados mundialmente é a chamada dor. Esta por si só pode ser iniciada de forma leve, e se não for dada a devida importância, o perigo pode estar próximo.

Mundialmente estima-se que 1,5 bilhão de pessoas sofram diariamente com dor crônica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 32% da população do planeta vivencia esse mal. 

Só no Brasil a projeção é que 60 milhões de cidadãos encaram algum tipo de dor, caracterizada por um incômodo que persiste e é recorrente por mais de três meses. 

Diante desse fato, pude notar que as dores só vêm aumentando nos últimos anos e este acúmulo é devido às grandes transformações rotineiras que estamos passamos, não só em relação ao nível pessoal, mas principalmente no trabalho, momento em que o estresse e a depressão são fatores primordiais para doenças mentais.

Baseado nesse cenário fatídico e crítico, vale ressaltar que os cuidados têm de ser prontamente avaliados e estudados para proporcionar a essas pessoas uma melhor qualidade de vida. 

Agora que você já sabe um pouquinho sobre esse mal, vamos entender o verdadeiro significado da dor para o nosso corpo? Então continue a leitura e descubra tudo o que você precisa saber sobre os diferentes tipos de desconforto!

Qual a importância do papel do Fisioterapeuta nas dores?

Além do médico dar o primeiro passo e chegar em um diagnóstico exato da sintomatologia apresentada pelo paciente, outro profissional mais adequado, preparado e capacitado para dar o pontapé inicial para esse tipo de situação é o fisioterapeuta.

Os profissionais da área têm o papel de realizar uma avaliação minuciosa para identificar a queixa exata do paciente e elaborar um protocolo de condutas específicas, traçando metas e objetivos para a redução do quadro clínico e fortalecimento da região em que o desconforto é apresentado. 

Por isso, o principal objetivo é impedir que a doença progrida e evitar novos incômodos. Além disso, é necessário que o fisioterapeuta oriente sobre a maneira correta para que os pacientes realizem suas atividades diárias sem causar nenhum tipo de desconforto ou compressão dos movimentos.

O que é dor e qual seu significado? 

dor é uma sensação complexa e varia muito de pessoa para pessoa. Nem sempre o que é dor para alguém é para outro. Portanto, trata-se de uma experiência única e completamente individual. Vale destacar que o momento que cada pessoa está passando e os sentimentos naquela ocasião podem aumentar ou diminuir os incômodos. 

Além disso, a dor é uma resposta de defesa do organismo, mas ela também pode funcionar de maneira errada ou exagerada, caracterizando uma doença: a dor crônica. Quando o cérebro interpreta que a dor não está sendo “resolvida”, ele fica ainda mais “sensível” aos estímulos, captando-os de forma intensa. 

De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor, essa reação pode ser definida como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tal dano”. Isso quer dizer que a dor é uma sensação desagradável que indica risco para alguma parte do organismo.

Por que sentimos dores?

Para que você possa entender melhor sobre o porquê do ser humano sentir dor, é importante ressaltar que dor é de origem Central e Periférica, e é a responsável por gerar estímulos e nos alertar que a dor existe e que algo precisa ser “corrigido” imediatamente. 

As dores são sensações que se manifestam por meio de estímulos enviados pelos nervos ao cérebro e este, por sua vez, envia os estímulos ao córtex motor para que seja liberada alguma reação instantânea. Essa reação liberada pelo córtex motor é enviada para o local da dor por meio dos nervos. 

sensação de dor é determinada em uma pessoa a partir das vivências logo nos primeiros dias de vida, ou seja, a primeira lesão que estimulou seu organismo a reagir liberando tal sensação foi determinante para a percepção desse sentimento no corpo. Dessa forma, pode-se dizer que a dor é uma sensação subjetiva. 

Portanto, as dores estão relacionadas à percepção dos hábitos diários, longevidade, mudanças de ambiente, além de ser caracterizada por sua frequêncianaturezacausaslocalizaçãoduraçãoqualidade e intensidade

Os tratamentos da dor são inúmeros e tudo vai depender de seu estímulo gerador. Destacamos o uso de medicamentos para alívio do quadro álgico, fisioterapia (Termoterapia, Crioterapia, Massagens), Pilatesacupuntura, cinesioterapia e outros. 

Para prevenir algumas sensações desagradáveis, algumas práticas simples como aliviar as tensões do dia a dia, manter a postura correta, dormir bemfazer atividades físicas sem exagero e alongar o corpo quando se permanece muito tempo em uma só posição são determinantes para prolongar a qualidade de vida e o bem-estar.

Existem vários casos que estimulam nosso organismo a liberar reações dolorosas como: 

  • Nervosismo;
  • Ressaca; 
  • Postura incorreta;
  • Deitar ou sentar de mau jeito;
  • Exagerar nos exercícios físicos;
  • Permanecer por muito tempo em uma mesma posição;
  • Esforço repetitivo;
  • Estresse. 

dor patológica é definida como alterações dinâmicas no processamento da informação nociva, estando localizada no Sistema Nervoso Periférico e Central.

Como tratar as dores?

É importante tratar a dor crônica, pois ela pode gerar uma queda na qualidade de vida, desânimo, depressão, irritabilidade, baixa produtividade no trabalho, dentre outros fatores. 

Os principais tratamentos baseiam-se em:

O que os profissionais da saúde devem fazer para amenizar as dores?

Não dá para nós, profissionais da saúde, ficarmos parados e ver mais pessoas sofrerem e serem acometidas com esse mal. Por isso, é hora de dar um grande passo para a prevençãocuidados e orientações no alívio da dor, dar funcionalidade nos movimentos diários e longevidade na qualidade de vida. 

O desenvolvimento do Programa Cuidando de sua Coluna tem como finalidade mostrar a toda sociedade, independente de qual for a classe social que, ao longo de minha vivência e experiência profissional, pude notar que as queixas de doenças degenerativas da coluna vertebral vêm crescendo de forma exorbitante. 

Normalmente a faixa etária mais atingida eram pessoas que apresentavam em torno de 45 anos de idade. Hoje esse cenário vem atingindo indivíduos mais novos como crianças, adolescentes e jovens adultos. 

O objetivo desse Programa também é enfatizar a importância das orientações por Fisioterapeutas, Nutricionistas e Educadores Físicos para o fortalecimento de toda musculatura que envolve a coluna vertebral. 

Por isso é sempre importante ficar atento que o primeiro lugar a ser afetado são os nossos músculos, já que é através desse enfraquecimento que as outras regiões começam a dar sinal de que o nosso corpo está sofrendo problemas físicos. 

Mesmo tendo a consciência de que os músculos abdominais ativados e glúteos bem definidos são bonitos e tragam maior autoestima, ainda devemos praticar exercícios voltados para correções e orientações posturais, que ativem a respiração, além de alongamentos e fortalecimentos de toda a cadeia muscular. 

Todo esse conjunto bem trabalhado irá minimizar o quadro álgico e diminuir o agravamento ou surgimento de novas lesões. 

Portanto, nós, profissionais da área da saúde temos o dever de promover uma vida mais segura, feliz e saudável.

Conclusão

Vejo que o grande desafio do mundo moderno é mostrar às pessoas o quanto é importante os cuidados com as diversas dores que o nosso corpo manifesta, afetando diretamente a vida de milhares de muitos e sendo o maior causador de problemas relacionados à depressão e afastamentos no trabalho

A má postura está presente em diversas atividades que realizamos no dia a dia, como dirigir, trabalhar, recolher objetos ou caminhar, e é preciso estar atento a todas as ações. 

A postura correta faz diferença na prevenção de dores nas costas ou problemas na coluna. Além disso, ter bons hábitos e sem exageros irá colaborar com esse processo para uma saúde de excelência.

Também não podemos esquecer que temos que associar os exercícios como forma de complementação, desde que seja feito de forma correta e com orientações de profissionais qualificados para que não cause nenhum tipo de desconforto posteriormente. 

Todo esse cuidado é de extrema importância para promover uma saúde ampla e completa. Por isso, não deixe de executar os exercícios de forma constante. Seu corpo agradece e evita o agravamento de lesões já existentes e que futuramente possam vir. Uma postura ereta exala muito mais que elegância, potencializa a sua saúde!

young-woman-exercising-fitness

Pilates e Mobilização Miofascial no tratamento da dor lombar crônica

A nossa coluna vertebral é composta por 33 vértebras. As vértebras móveis da nossa coluna são compostas por sete vértebras cervicais, doze torácicas e cinco lombares, enquanto as vértebras imóveis são compostas por cinco vértebras coccígeas e cinco vértebras sacras. Além disso, a coluna possui a função de sustentação, flexibilidade e proteção da medula espinhal; ela também é dividida em quatro curvaturas que te dão força e equilíbrio. Destas curvaturas, são duas curvaturas em convexidade a cervicais e a lombar, formando as lordose, e as curvaturas cifóticas presente na torácica e na sacrococcígea.

 Porém, a região da coluna que finaliza uma curvatura e inicia a outra geralmente é a mais móvel e mais suscetível à lesão. Logo, estas regiões compreendem a cervicotorácica, toracolombar e lombossacral da coluna. Além disso, quando essas curvas são acentuadas, elas possuem mais mobilidade, contudo, apresentam mais risco de lesão. Sendo assim, o contrário também é verdadeiro; na retificação as curvaturas tornam-se mais rígidas e também podem ser suscetíveis a lesões. Então, tanto a hipomobilidade quanto a hipermobilidade são disfunções susceptíveis a lesão.

A coluna lombar 

A coluna lombar é composta por cinco vértebras, as quais vão de L1-L5, logo, este é o segmento inferior da coluna que no plano sagital podemos verificar uma lordose, que é a curvatura da coluna lombar. As vértebras lombares possuem uma característica anatômica própria. Assim, estas vértebras possuem corpos vertebrais grandes e reniformes, forames vertebrais triangulares, pedículos e lâminas curtas e espessas. Além disso, as facetas superiores das vértebras são côncavas, voltadas para póstero-medial, enquanto as facetas inferiores são convexas voltadas para a anterolateral. Dessa forma, essas características anatômicas das vértebras lombares fazem com que essa região suporte mais cargas. 

A amplitude de movimento da região lombar é ampla em flexo-extensão variando de 8 a 20° nos vários níveis vertebrais. Ela é capaz de realizar flexão lateral de 3° a 6° graus e 1 a 2° graus de rotação. No movimento de flexão ocorre um deslizamento da região superior de uma vértebra sobre a outra ocasionando tensão nos ligamentos longitudinais posteriores e inter e supraespinhosos. Também, a força de compressão gerada por uma flexão prolongada da coluna lombar faz com que o núcleo pulposo migre para trás podendo ocasionar herniações, prolapsos e, consequentemente, dor.

Porém, quando ocorre a extensão da lombar, ocorre também a extensão do quadril, com alongamento dos músculos flexores de quadril e ligamentos capsulares. Em indivíduos com hiperlordose lombar (aumento da curvatura lordótica), durante esse movimento de extensão ocorre um aumento de contato das facetas articulares, o que gera mais pressão e compressão no ligamento interespinhoso, gerando dor lombar.

A articulação da lombar

A articulação lombossacral é uma junção importantíssima para promoção dos movimentos inerentes a essa região. Esta articulação é o mais móvel nesta região responsável por grande proporção de flexo-extensão. Além disso, nessa articulação pode ocorrer 75° de flexão e extensão, 20 graus restantes de L4-L5 e 5% nos outros níveis. Já na flexão de tronco, a atividade máxima lombar se dá nos 50 a 60 graus de flexão, após esse período ocorre a retificação das lombares e a rotação pélvica predomina na execução do movimento. Portanto, ao tratar um paciente, o terapeuta deve estar atento ao processo de avaliação e entender a disfunção e todas as interconexões desse corpo. São os desequilíbrios nesses sistemas que geram dor lombar, a qual vem acometendo cada vez mais a população.

Sobre dor lombar crônica

tratamento-de-dor-lombar-crônica

Dor lombar crônica é uma disfunção incapacitante que vem gerando impactos na sociedade, uma vez que sabe-se que esta dor atinge cerca de 80% das pessoas em algum momento da vida. Além disso, a dor lombar acomete indivíduos geralmente na fase de vida produtiva, o que também gera grandes impactos sociais; dor lombar é a principal causa de incapacidade em indivíduos com idade entre 45 a 60 anos. A prevalência mundialmente deste tipo de dor chega a atingir cerca de 15% a 45% da população. Em 2007, esta foi a principal causa no Brasil de aposentadorias por invalidez. 

A lombalgia, ou dor lombar, é definida como dor ou desconforto abaixo do rebordo costal e acima da linha glútea superior, podendo ou não haver desconforto irradiado para membros inferiores. Caracterizada por dor que perdura por mais de três meses, a contar pelo primeiro episódio de dor aguda e pela gradativa instalação da incapacidade, muitas vezes a dor lombar pode ter início impreciso, variando com quadros de melhora e piora.

Etiologia multifatorial da Dor Lombar

A dor lombar possui etiologia multifatorial o que torna mais complexo o processo de avaliação e compreensão dos mecanismos da disfunção naquele corpo. Alguns fatores são predisponentes a dor lombar, dentre eles listamos os fatores musculoesqueléticos, como: desequilíbrios musculares, pontos de gatilhos, alterações nos discos intervertebrais, alterações na mobilidade e estabilidade, entre outros. Atualmente, se discute a dor lombar não só como resposta de uma disfunção musculoesquelética, mas também como resposta a alterações emocionais e psíquicas do indivíduo que, correlacionadas com o físico, gera repercussões e desequilíbrio entre corpo e mente.

Segundo Maia, 2015, a etiologia da dor lombar é multifatorial, composta por aspectos físicos, sociais, emocionais e psíquicos associados ao desencadeamento da dor. Embora ainda exista discordância entre pesquisadores quanto a evidência científica da etiologia da dor lombar, muitos estudos também atribuem o evento da dor a alguns fatores, tais como: sedentarismo, traumas, doenças degenerativas na coluna, disfunções viscerais, trabalho repetitivo, tumores, desequilíbrios musculares; em geral disfunções no sistema passivo (articulações, ligamentos e vértebras), ativo (músculos e tendões) e sistema neural (nervos e SNC). 

Incidência e sintomas da dor lombar crônica

A dor lombar crônica inespecífica é a mais comum, definida como dor e disfunção persistente por mais de três meses sem causa clara. Este tipo de quadro corresponde a cerca de 80 a 90% dos casos. Este tipo de dor apresenta características de alterações principalmente nos subsistemas ativo (composto por músculos, tendões, fáscia, estruturas da região ventral e dorsal do tronco) e neural. Logo, tais sistemas são responsáveis por promover estabilidade tanto em condições estáticas como dinâmicas.

Os sintomas mais comuns de dor lombar crônica relatados pelos pacientes são: dor pontual ou irradiada quando ocorre compressão neural, cansaço, rigidez muscular, alteração respiratória, dor de cabeça, vista cansada, má digestão. 

Tratamento da dor lombar crônica

O tratamento da dor lombar crônica com programas de exercícios traz resultados satisfatórios na redução da dor. Estudos comprovam que mecanismos de força, flexibilidade e mobilidade resgatam a função do indivíduo além de tratar a sua dor. Assim, alguns exercícios físicos surgem como uma estratégia de tratamento segura e eficaz para o tratamento de dores oriundas das disfunções da coluna vertebral.  

Muitas pesquisas trazem a estabilização segmentar como tratamento eficaz da dor lombar. Entretanto, o mecanismo de tratamento da dor lombar crônica não é apenas estabilização segmentar; esse mecanismo é muito mais complexo e ainda obscuro para a ciência. Sabemos que vários aspectos estão associados a essa disfunção. Porém, ainda atrelado aos aspectos físicos inerentes ao movimento, devemos levar em conta a integração dos sistemas. Assim, para entender os sistemas físicos, devemos compreender a fáscia, esse sistema de conexão que envolve músculos, tendões, vísceras e é tão importante na estabilidade, na conexão de estruturas e no movimento humano.

Pilates no tratamento da dor lombar crônica

pilates-no-tratamento-de-dor-lombar-crônica

O Pilates tem sido bastante utilizado no tratamento da dor lombar, mostrando bons resultados, sendo assim uma estratégia bem sucedida de tratamento. De acordo com Machado, 2020, o Pilates é um recurso fisioterapêutico, que deve ser utilizado para prevenir lesões e tratar dores crônicas. Esta prática consiste na realização de exercícios físicos, que utiliza a gravidade, e recursos mecanoterapêuticos como as molas, que atuam como resistência durante a execução do movimento ou auxílio do movimento. O objetivo do Pilates é trabalhar sempre a flexibilidade geral do corpo, a força muscular, a postura e a coordenação da respiração com o movimento, portanto considerado fatores indispensáveis no trabalho da reabilitação postural.

Segundo Silva e Marinnch (2009), o Pilates é um instrumento eficaz para o fisioterapeuta no manejo da dor lombar crônica, diminuindo dor e incapacidade.Este exercício é uma das formas mais eficazes para esta disfunção, tanto a longo quanto em curto prazo. 

A Mobilização Miofascial no tratamento da dor lombar crônica

A mobilização miofascial também deve ser inserida no tratamento de dores lombares crônicas. Porém, neste tipo de tratamento, é necessário estar atento à fáscia toracolombar. A fáscia toracolombar é um complexo profundo de várias camadas aponeuróticas, formada por tecido conjuntivo denso e irregular, que detém a função de transmitir parte da força de contração muscular e fornecer resistência à tração. Já a aponeurose toracolombar é uma banda de fibras conectivas regulares e se estende da região torácica até o sacro. Este sistema pode conter resistências mecânicas e uma grande capacidade de armazenamento de energia, além de auxiliar na resistência do movimento de flexão da coluna e rotação lateral.

Portanto, quando ocorre a densificação fascial, é de suma importância o estímulo à mobilização miofascial e ao movimento, uma vez que esses estímulos podem promover a diminuição do quadro álgico. Dessa forma, a mobilização miofascial pode influenciar no deslizamento, distribuição de força, diminuição de processo inflamatório, melhorando a conexão e a correlação de sistemas e gerar um movimento mais fluido e, consequentemente, melhorar a capacidade funcional. O estímulo miofascial deve estimular a vetorialidade, a percepção de direções de movimentos diferentes, dando diversos estímulos em todos os planos de movimento.

As mobilizações miofasciais quando associadas ao Pilates podem promover excelentes resultados no tratamento da dor lombar crônica. Os exercícios com enfoque no sistema fascial podem ser executados no início, durante ou no final da aula. Dessa maneira, para este tipo de exercício podem ser utilizados o solo, acessórios como o foam roller ou os próprios equipamentos do Pilates.  

Conclusão

Portanto, sabe-se que a dor lombar crônica é uma condição bastante complexa e deve ser avaliada sistematicamente e com enfoque biopsicossocial. Além disso, estudos comprovam a importância do tratamento da dor lombar crônica através do movimento, dando estímulos a esse corpo voltados à necessidade individual de cada aluno. Compreender a integração do sistema neural, fascial e musculoesquelético é vital para elencar condutas mais assertivas, e promover a interação e restauração do equilíbrio entre eles. Logo, o método Pilates tem sido amplamente utilizado no tratamento de dores crônicas e permite agregar estímulos miofasciais durante as suas sessões.

Texto escrito por Emanuelle Lacerda- Fisioterapeuta, pós graduada em Fisioterapia neurofuncional, doutoranda em saúde pública, docente de cursos de graduação e pós graduação. Formação em Pilates clássico e contemporâneo.